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27 setembro 2011

O TIGRE NÃO PRECISA DIZER QUE É TIGRE, MAS

O TIGRE NÃO PRECISA DIZER QUE É TIGRE, MAS...

Um pouco de História não oficial

Movimento Negro Unificado
27 anos de luta
MILTON BARBOSA
2005

Milton Barbosa
Miltão do MNU

Postagem e formatação: Aparecido Donizetti Hernandez, com autorização do autor.



Em 18 de junho de 1978 representantes de vários grupos se reuniram em resposta à discriminação racial sofrida por quatro garotos do time infantil de voleibol do Clube de Regatas Tietê e a prisão, tortura e morte de Robison Silveira da Luz, trabalhador, pai de família, acusado de roubar frutas numa feira, sendo torturado no 44º Distrito Policial de Guaianases, vindo a falecer em consequência às torturas.

Representantes de atletas e artistas negros, entidades do movimento negro (Centro de Cultura e Arte Negra – CECAN), Grupo Afro-Latino América, Associação Cultural Brasil Jovem, Instituto Brasileiro de Estudos Africanistas – IBEA e Câmara de Comércio Afro-Brasileiro, representada pelo filho do deputado Adalberto Camargo, decidiram pela criação de um Movimento Unificado Contra a Discriminação Racial.

O lançamento público aconteceu numa manifestação no dia 7 de julho, do mesmo ano, nas escadarias do Teatro Municipal da cidade de São Paulo, reunindo duas mil pessoas, segundo o jornal Folha de São Paulo, em plena ditadura militar.

Com a criação do Movimento e seu lançamento público, mudamos a forma de enfrentar o racismo e a discriminação racial no país.

Já no dia 7 de julho, participaram entidades do Estado do Rio de Janeiro: Instituto de Pesquisa das Culturas Negras – IPCN, Centro de Estudos Brasil África – CEBA, Escola de Samba Quilombos, Renascença Clube, Núcleo Negro Socialista, Olorum Baba Min, Sociedade de Intercâmbio Brasil África – SINBA.

Cinco entidades da Bahia nos enviaram moções de apoio à manifestação.

Prisioneiros da Casa de Detenção do Carandiru enviaram um documento se integrando ao movimento, denunciando as condições desumanas em que viviam os presos e o racismo do sistema judiciário e do sistema prisional – Centro de Luta Netos de Zumbi.

Participaram do Ato, também, Lélia Gonzales e o professor Abdias do Nascimento.




Para enfrentar o racismo e a discriminação racial, este movimento que se transformou no Movimento Negro Unificado, mudou a forma de a população negra lutar, saindo das salas de debates e conferência, atividades lúdicas e esportivas, para ações de confronto aos atos de racismo e discriminação racial, elaborando panfletos e jornais, realizando atos públicos e criando núcleos organizados em associações recreativas, de moradores, categorias de trabalhadores, nas universidades públicas e privadas.

O movimento tirou proveito das divergências conjunturais, mesmo dos setores da burguesia, como por exemplo: jornais burgueses como "A Folha de São Paulo" e "O Estado de São Paulo". Articulamos, também, com mídia internacional, favoráveis ao fim da ditadura militar e outros setores.

Definimos como princípio a aliança com os setores de esquerda no país que lutavam pelo socialismo e comunismo, pois foi o capitalismo que nos colocou nesta condição, nos sequestrando na África, nos vendendo para acumular mais valia, nos escravizando para construir riqueza para os colonizadores, nos explorando, após a escravidão, como trabalhadores menos qualificados e de menor remuneração.

O negro é um pioneiro em civilização, sendo nos países onde viveu ou vive um criador de cidades, núcleos comerciais, artísticos, sendo que no Brasil realizava desde os trabalhos da lavoura, até os mais sofisticados, como cuidar da mecânica do engenho de açúcar e da saúde do senhor de escravo pelo seu conhecimento milenar de ervas medicinais.

Foram os negros escolhidos para serem escravizados pela diferença física ao europeu e por seus profundos conhecimentos de agricultura e metalurgia (ferro, cobre, prata, ouro, diamantes).

Em termos culturais os negros foram pioneiros, pois no período anterior à abolição da escravatura no Brasil, os negros eram as principais figuras na arte nobre (pintura, escultura, literatura, música, teatro).

Na luta política o negro tem sido pioneiro na figura do Movimento Negro Unificado.

No início da década de 80 transformamos a ação do Movimento Feminista, introduzindo com Lélia Gonzales, Vera Mara e outras, a questão da mulher negra, que sempre foi trabalhadora neste país.

José do Patrocínio


Também no início da década de oitenta, o MNU – SP em aliança com o Jornal Lampião e o Grupo SOMOS, realizamos ato público e passeata conjunta contra as ações do delegado Wilson Richetti, que prendia negros, homossexuais e prostitutas, de forma humilhante e desrespeitosa na região chamada Boca do Lixo de São Paulo – Zona de Meretrício. Denunciamos o racismo e o machismo, desenvolvendo ações que sem dúvida são à base da política de diversidade hoje debatida em todo o país.

Através dos congressos da SBPC (Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência), o MNU denunciou o racismo na Educação, nos meios de comunicação e, no Congresso da Anistia introduzimos a discussão de que os presos comuns também são presos políticos, pois são empurrados para o crime pelas circunstâncias sociais, políticas e econômicas e, denunciamos a tortura nas prisões sobre os chamados presos comuns, base para a criação de uma política de direitos humanos contra a tortura no Brasil.

No início de 80 o MNU – SP garantiu também, pela primeira vez, a fala oficial no Brasil da Organização Para Libertação da Palestina – OLP, através de seu representante Farid Sawan, que atualmente representa os Palestinos no Conselho da SEPPIR – Secretaria Especial de Política da Promoção da Igualdade Racial.

Na década de 80, foi o MNU a organização que realizou as maiores e mais importantes manifestações contra o Apartheid na África do Sul, embora não recebêssemos apoio político ou financeiro da Organização das Nações Unidas – ONU. Criamos comitês nas principais Estados do país e realizamos manifestações com milhares de pessoas, contribuindo significativamente para a luta dos nossos irmãos da África do Sul e do Zimbabwe.

Em 1986, realizamos a Conferência Nacional do Negro em Brasília – DF, de onde saiu à proposta de criminalização do racismo e a Resolução 68 das Disposições Transitórias Constitucionais, sobre a titulação das terras dos remanescentes de quilombos.

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Instituto NegroBrasileiro (Rio de janeiro 1984)


No ano de 1988, no VIII Encontro de Negros do Norte - Nordeste, organizado pelo MNU da região, foi definido questões que balizaram a atual lei l0. 639, que dispõe sobre o ensino da história da África e do negro no Brasil, orientação educacional que permeou a criação, com certeza, do Centro de Educação Unificada – CEU, escola integral com cultura, arte, lazer (cinema, teatro,sala de música e quadras esportivas), bibliotecas, material escolar gratuito, alimentação e assistência médica, no governo Marta Suplicy na cidade de São Paulo.


O Estado, os partidos políticos, movimentos sindicais e populares, tentam separar as conquistas da população negra do movimento negro, carro chefe da nossa luta. O Estado e os partidos políticos buscam dominar e manipular nossa população. Os movimentos por equívocos e por terem o racismo introjetado em suas mentes, ações e concepções.

Na revista "O Negro", em 1992 Margarida Barbosa – enfermeira do Hospital das Clínicas da Unicamp – Universidade de Campinas, militante do MNU, atualmente diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp, escrevia sobre a anemia Falciforme, doença que proporcionalmente atinge mais aos negros, orientando a sociedade e cobrando a quem de direito a exigência de políticas públicas referentes a este tipo de doença, pois além desta anemia, há diabetes, hiper-tensão e outras doenças que proporcionalmente vitimam mais aos negros.

O MNU, fortalecendo a proposta do início da década de 70, do Grupo Palmares de Porto Alegre, decidiu na Assembléia Nacional do MNU, em Salvador – BA, no dia 4 de novembro de l978, transformar o 20 de Novembro, no DIA NACIONAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA, data da morte de Zumbi, um dos principais comandantes do Quilombo dos Palmares, um exemplo de luta e dignidade para os negros e todos os brasileiros.

No ano de l988, realizamos importantes manifestações no mês de maio contra a farsa da Abolição, na cidade do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e outras.

Em 20 de novembro de l995, realizamos a Marcha do Tricentenário da Imortalidade de Zumbi, a Marcha Zumbi dos Palmares, contra o racismo, pela Igualdade e a Vida, em Brasília – DF, com a participação de mais de 30.000 pessoas.

Em São Paulo, no início de novembro de 95, realizamos uma grande manifestação com mais de oitocentas pessoas no Consulado Americano contra a Pena de Morte e Pela Libertação de Múmia Abu Jamal, antigo dirigente do Partido dos Panteras Negras, preso e condenado à morte injustamente numa farsa reconhecida internacionalmente. Múmia Abu Jamal, como Nelson Mandela é um exemplo para a humanidade, na luta contra o racismo, pela liberdade e a vida, um campeão de direitos humanos. O MNU tem colaborado com campanhas internacionais pela defesa de sua vida e pela sua libertação.

Os remanescentes de quilombos com a participação do MNU realizaram o I Encontro Nacional dos Remanescentes de Quilombos, em novembro de 95, fortalecendo a relação do movimento negro urbano com a área rural, dando uma nova qualidade ao movimento negro do Brasil.

Esta intervenção do MNU junto aos remanescentes de quilombos teve início em 1980, através do MNU-SP no Cafundó, região de Sorocaba, tendo também, o MNU atuado a partir de meados de 80 junto aos Calungas, em Goiás. O MNU-BA no início da década de noventa na região do Rio das Râs. O MNU atua junto a quilombos em Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná e Maranhão.

A partir do final dos anos setenta desenvolvemos o conceito Raça e Classe, desenvolvendo uma teoria política para garantir as ações práticas. Atualmente, há um leque de propostas que estamos propondo aprofundar num Congresso do Negro Brasileiro em novembro de 2006.

Hoje a direita busca golpear com violência à esquerda no Brasil, se aproveitando de erros de concepção desenvolvido por setores oportunistas e aparthistas do campo majoritário do Partido dos Trabalhadores, que se aliaram com forças retrógradas da sociedade brasileira para buscar garantir seus projetos imediatistas, tentando aparelhar o estado brasileiro, como já haviam feito com setores importantes do movimento sindical.

Este mesmo campo político, supostamente de esquerda, tem como prática cooptar quadros dos movimentos, tenta esvaziar os movimentos sociais, isolar setores que lhes são críticos, implantando uma política de subserviência e compadrio.

Estão sendo atacados pelos grandes capitalistas, que são os verdadeiros donos da privatização do estado, como se o PT, estivesse inventando a corrupção na máquina do Estado e no parlamento burguês, majoritariamente composto por verdadeiros bandidos, ladrões inveterados, que usam todos os métodos para garantir a exploração da grande maioria da população.

Não podemos cair no canto da sereia. Temos que novamente cumprir nosso papel de vanguarda da luta da população negra e pobre e, desmascarar esta farsa.





Ao mesmo tempo devemos estabelecer uma nova relação com os setores de esquerda, que em sua maioria tenta nos usar, querendo nos impor de forma colonialista seus programas nascidos e desenvolvidos no coração da Europa.

O conhecimento é universal e, os brancos, que tem sua matriz na Europa, mentem na história. Não existe cultura ou raça superior.

Esta é a nossa principal luta. Construir não apenas um programa partidário, ou de nação, mas construir um novo processo civilizatório.

Dia 22 de novembro, realizaremos a MARCHA ZUMBI + l0 – II MARCHA ZUMBI DOS PALMARES, CONTRA O RACISMO, PELA IGUALDADE E A VIDA, em Brasília – DF.

Setores de direita do movimento negro, composta em sua maioria por ONGs, algumas, inclusive, que se beneficiavam da proximidade com o Governo Lula e, hoje, diante do forte ataque ao governo em questão, já se sentem seguras para anunciar desde já a possível aliança com um suposto novo governo a ser eleito, um governo tucano e, tentam usar a população negra escorados em financiamentos vindos particularmente da Fundação Ford, e se arvoram de movimento negro autônomo e independente e, convocam uma marcha para dia diferente da data convocada pelos movimentos nacionais e outras entidades, com história comprovada na luta do negro.

Em São Paulo, fazem reuniões convocadas pelo Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra e tem como principal articulador o Secretário da Justiça, Hédio Silva Júnior indicado pelo Partido da Frente Liberal e incluído na equipe de secretário de Geraldo Alckmin num verdadeiro golpe de mestre.

Poeta Solano Trindade
O que temos a dizer a estes grupos e pessoas do movimento negro, a direita do movimento, é que o TIGRE NÃO PRECISA DIZER QUE É TIGRE. Somos independentes pela nossa trajetória, pelas conquistas ao longo da história e por não abrirmos mão de forma alguma dos nossos princípios e, dia 22 de novembro, estaremos mostrando mais uma vez como se combate o racismo e como se caminha para a construção de uma sociedade sem racismo, enfrentando os racistas e juntando todos aqueles que se propõem a construir uma nova sociedade, sem explorador e explorados, sem racismo, machismo e outras formas de dominação.

Revisão ortográfica: Professora Lilian Regina Andrade.

26 setembro 2011

PRIMEIRO COMÍCIO DAS DIRETAS

27 DE NOVEMBRO DE 1983
Primeiro comício pelas Diretas Já, em frente ao Estádio do Pacaembu, em São Paulo
http://veja.abril.com.br/especiais/brasilia/brasiliano-chamem-brasil-p-174.html


Foi o ano do primeiro comício pelas Diretas Já, em São Paulo, na Praça Charles Miller, diante do Estádio do Pacaembu. Presentes, entre outros: Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.
A Presidência de ambos pavimentaria o cotidiano mais calmo da infância do derradeiro personagem a contar a saga de Brasiliano. Kleyton Guilherme Pessoa, enteado de Brasil, é de 1996. Fará 13 anos.
O governo de Fernando Henrique Cardoso completava um ano em 1996. O presidente, em entrevista a VEJA, anunciava as vitórias: "Não dá para chamar de conservador um governo em que o povo está comendo melhor e os banqueiros estão com dificuldades". A inflação medida pelo IPCA despencara de 916% em 31 de dezembro de 1994 para 22% doze meses depois.









22 setembro 2011

CRISE DO MARXISMO

Crise do marxismo
Texto postado orinalmente na comunidade orkut: Luiz Carlos Prestes



 
Penso que não se trata de crise do marxismo, mas sim de transformações na sociedade. Porém, embora o marxismo não seja mais relevante no âmbito político, constitui verdadeira importância no campo intelectual, pois a análise marxista, através de sua releitura, tem por finalidade a compreensão de como o capitalismo se desenvolve. Para a esquerda, o marxismo, não tem e não terá mais importância nas questões políticas, pois sua linguagem não se enquadra mais em tais questões, tampouco se encaixa como uma situação real do sistema capitalista mundial da atualidade. No entanto, o marxismo se torna fundamental para entendermos o desenvolvimento do capitalismo. E para se entender a realidade em que vivemos é preciso ser conhecedor da influência que o marxismo teve no século XX, até porque o mundo não pode ser mudado se não for entendido. Isso significa dizer que nenhum socialista nega as idéias marxistas; porém sabe, hoje, direcioná-las como base analítica fundamental na compreensão do mundo capitalista.

Em tempos remotos o marxismo voltava-se para uma análise crítica do capitalismo; enquanto que hoje é feito uma releitura crítica do marxismo sobre a forma com a qual o capitalismo impera. Daí sua importância.

Não podemos desconsiderar as mudanças ocorridas no mundo, mudanças estas não só econômicas, mas também culturais e sociais, e é fácil entender a partir de uma comparação entre a realidade dos séculos XVIII, XIX e XX , pelo menos em certas décadas deste último século e a realidade atual. Em tempos passados, a produção assalariada e a livre competição no mercado fortaleceram a não intervenção da economia estatal, onde a partir do século XIX, o capitalismo consolidou-se como sistema econômico, social e político e a burguesia adotou o liberalismo econômico como ideologia para justificar a organização da sociedade capitalista – proprietários dos meios de produção de um lado e assalariados de outro, no que resultou numa sociedade de classes hierarquizada, onde esta sociedade de classes obedece critérios econômicos.

A partir de então o socialismo se constitui tendo por finalidade propor alternativas para superar as injustiças sociais. Porém, a teoria socialista ganhou força com Karl Marx e Engels, que pregavam a necessidade de derrubar a burguesia e por fim à propriedade privada, implantando um regime socialista tendo por base o poder dos trabalhadores na propriedade dos meios de produção, colocando o marxismo, principalmente a partir de O Capital, de Karl Marx, como força indispensável à análise crítica do capitalismo, afirmando que este leva à sua própria contradição, onde a principal contradição é a luta de classes.

Já na atualidade, o operário, apresenta outro perfil, onde a classe trabalhadora de antigamente não pode ser comparada com a dos dias atuais, devido às transformações dos meios de produção, sendo que estas transformações pôs fim à movimentos operários que reivindicavam mudanças e melhorias em seu favor.



As condições do operariado de outrora eram outras, pois enquanto tinham condições de desenvolvimento apresentavam ameaças à classe patronal e ao próprio Estado – é o caso dos soviets (operários) que eram maioria entre os bolchevistas na Rússia e acabaram por derrubar o Antigo Regime e implantar pela primeira vez na história o regime socialista. Enquanto que na atualidade, o capitalismo impera e engole, e o emprego assalariado constitui a formação de uma classe também voltada para as suas relações de trabalho, porém agora caracterizada pela ampliação dos modos de produção inseridos no neoliberalismo fortemente presente na globalização. E como o mercado de trabalho, atualmente, é bastante competitivo mudou-se o foco da classe trabalhadora, onde esta se especializa cada vez mais para melhor se enquadrar no sistema capitalista, ainda que, sabendo que o mesmo sistema leva à desigualdade social, uma vez que só favorece economicamente potências “imperialistas”. O mundo se tornou individualista, as pessoas se tornaram individualistas, pois a busca da melhoria não é mais voltada para o coletivo, mas sim para o particular.

A educação em massa também é uma das grandes responsáveis por essa mudança, considerando que há uma diferença muito grande entre os líderes dos movimentos operários do passado com os líderes da atualidade.

Em tempos passados, os líderes eram presos à sindicatos e ligados aos movimentos da classe trabalhadora; enquanto que hoje muitos líderes se dispersam e vão para as faculdades ou universidades. Penso que a qualidade dos líderes de antigamente era melhor, porque eram militantes fiéis à causa. Os líderes de outrora eram revolucionários, enquanto que os de hoje, talvez não passam de intelectuais formados em universidades. Não são líderes natos, mas líderes fabricados, que não é a mesma coisa. Há exceções, obviamente.



Quanto ao mal uso do marxismo e o recuo dos comunistas em que o Gilson se refere, depende do período que ele pensou. Se ele estava se referindo à épocas passadas, o recuo dos comunistas, pelo menos, de uma boa parte, está relacionada sim com o mal uso do marxismo através do stalinismo. O totalitarismo de esquerda de Stalin foi tão cruel quanto os fascismos de Hitler, Mussolini e Vargas (lembrando que o nazismo instalado por Hitler na Alemanha pode ser apontado como exemplo mais representativo do totalitarismo de direita). As práticas de Stalin eram voltadas para concepções contrárias à ideologia marxista e isso foi a responsável pela dissidência de comunistas, não só da União Soviética, mas de vários países, resultando no afastamento de muitos do próprio Partido. Mas isso não significou o recuo dos mesmos em relação à luta de classes. Deixar de ser comunista, não significa deixar de ser socialista. Todo comunista é socialista, mas nem todo socialista é comunista.



No entanto, se ele está se referindo à atualidade, penso que não se trata do recuo dos comunistas na luta de classes, mas sim do fato de que a Revolução Russa de 1917 não deu certo e o comunismo hoje não representa mais perigo para os Estados Unidos. Enquanto vivíamos no tempo da Guerra Fria, o comunismo soviético significava uma ameaça ideológica contra o liberalismo norte-americano. Quando o Muro de Berlim caiu e algum tempo depois com a desintegração da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (União Soviética), que era considerada forte área de influência no mundo, deixou de imperar ao lado dos Estados Unidos, o comunismo como movimento revolucionário deixou de existir. Nem mesmo os países comunistas que ainda restam hoje, representam forças de influência no globo, até porque o comunismo não é mais considerado como alternativa de regime de governo. E esses países também não procuram exportar o comunismo como a União Soviética fazia em tempos remotos. Isso sem levar em consideração, que Cuba, por exemplo, já vive o período pós-Castro e a China não apresenta mais economia planificada, economia fechada.



Mas, se está, ainda, se referindo ao recuo dos comunistas, aqui no Brasil, volto a escrever que as transformações ocorridas nos meios de produção, na classe trabalhadora e na própria sociedade, num sentido mais amplo, são as responsáveis. E para reforçar farei minhas as palavras de Luiz Carlos Prestes ao romper com o Partido Comunista Brasileiro:

Luiz Carlos Prestes se separa do Partido Comunista em 1980 e faz críticas duríssimas à direção do partido e defende o redirecionamento dos rumos do PCB, então na ilegalidade. Prestes afirma que “os comunistas perderam a posição de vanguarda diante da classe trabalhadora e é preciso ter a coragem política de reconhecer que a orientação política do PCB está superada e não corresponde à realidade do movimento operário e popular do momento. Estamos atrasados no que diz respeito à análise da realidade brasileira e não temos respostas para os nossos novos e complexos problemas que nos são agora apresentados pela própria vida, o que vem sido refletido na passividade, falta de iniciativa e, inclusive, ausência dos comunistas na vida política nacional de hoje”. Luiz Carlos Prestes embora rompendo com o Partido Comunista, não deixou de ser socialista, apenas se adaptou às mudanças políticas, econômicas e sociais do mundo do qual estava inserido.



Por fim, penso que não se trata de crise do marxismo nem tampouco do recuo dos comunistas, mas sim de transformações na sociedade.



Lilian Regina Andrade
Professora de  História  - Pinhalão - PR









21 setembro 2011

OS EFEITOS DO CAPITALISMO

Os efeitos do capitalismo



A sociedade capitalista produziu um mundo desigual, individualista, racista e preconceituoso. Nesse tipo de sociedade, a produção da riqueza se dá pela produção da pobreza, gerando a exclusão social (um dos sintomas típicos do sistema capitalista) que marginaliza uma grande parcela da população, onde esta se divide em ordem hierárquica, sendo o fator econômico o principal elemento dessa divisão de classes. Dentre os diversos efeitos negativos do sistema capitalista, aponto o preconceito e a questão racial como um dos mais graves na nossa sociedade, sendo o sistema capitalista o único responsável por tal aberração, uma vez que o racismo deve ser entendido como fenômeno das conjunturas políticas, econômicas e culturais do mundo capitalista; e não como herança biológica. O conceito raça é produto dos grupos sociais dominantes que procuravam justificá-lo através do etnocentrismo. As raízes da questão racial se encontram na ideologia da superioridade da civilização européia: a crença de que possuía o melhor sistema social, econômico e cultural: o capitalismo – na época, capitalismo comercial.

O racismo, nada mais é, do que o resultado das justificativas ideológicas do sistema capitalista da sociedade européia que se sobrepôs através da exploração e submissão da força de trabalho de outrem. Tais justificativas foram fundamentais para o domínio social e econômico das sociedades capitalistas e mesmo com as mudanças ocorridas posteriormente (a abolição) não deixa de ser um fator conveniente às mesmas classes capitalistas; porém agora impulsionado pelas transformações do próprio sistema – capitalismo industrial. A escravidão negra deve ser entendida como um negócio lucrativo de uma das fases do capitalismo – capitalismo comercial – uma vez que o ´tráfego negreiro tinha por objetivo fornecer o mercado consumidor à fim de ampliar os lucros. É partindo do tráfego negreiro que se pode compreender a escravidão – um excelente e lucrativo negócio. Entretanto, a Inglaterra, que monopolizava o comércio de escravos no mundo, no século XVIII; se tornou a principal defensora da abolição, no século XIX, visando ampliar os mercados consumidores de suas indústrias.

No entanto, os escravos libertos não foram inseridos no espaço “consumo” tampouco dinamizaram o mercado, ficando à margem dos bens que a sociedade produzia. O racismo estruturou-se através da ideologia de dominação de uma classe sobre outra, a partir das relações de trabalho, o que veio a resultar numa preconceituosa ligação com a cor da pele.

Nas sociedades greco-romanas e medievais a escravidão não tinha embasamento na cor da pele – os escravos, principalmente nas sociedades antigas (Grécia e Roma) eram, na maioria, prisioneiros de territórios conquistados, ou até mesmo, escravos por endividamento. Fato que comprova que a escravidão não se originou do racismo; mas o racismo se originou da escravidão. O racismo vem acompanhado (principalmente na atualidade) da condição social ligada ao fator econômico da ordem capitalista – ou seja, a pobreza gerada através do desenvolvimento internacional capitalista, é a responsável pelo racismo e pelo preconceito. Sem desmerecer, ainda, o desemprego – forte componente que contribui para o aumento dos mesmos.

Segundo Gilberto Freyre, o Brasil foi palco de uma verdadeira “democracia racial”, onde a miscigenação presente na construção da sociedade brasileira é vista pelo autor de forma “romântica”. Foi exatamente o contrário, a miscigenação não significou convivências sociais justas e igualitárias; o que ocorreu foi uma nítida desigualdade social e racial que reflete até os dias atuais. Ao contrário de uma construção “democrática” vinculada pelas relações sociais, justas e igualitárias, ocorreu a dominação de uma classe sobre outra em favor do nascente capitalismo brasileiro da época em questão. A construção de uma história fortemente marcada pela legitimação do poder, que colocou as lutas de resistência à escravidão, de forma reduzida e descaracterizada, também pode ser apontada como um outro fator da crença da “democracia racial”.

A falta de conscientização da transição do trabalho escravo para o trabalho assalariado como pura conveniência econômica ao sistema capitalista, acabou por reforçar as desigualdades sociais e raciais, acentuando a preconceituosa idéia de inferioridade do negro. Fato que cresceu ainda mais quando a hegemonia econômica se transfere para os Estados Unidos, perdendo a Inglaterra (regime parlamentar) sua colocação como a nação mais rica do mundo. A substituição do mercantilismo pelo liberalismo econômico também contribuiu fortemente para acentuar as desigualdades e consequentemente o racismo. (Tanto o mercantilismo quanto o liberalismo econômico são políticas econômicas do capitalismo, onde o primeiro é usado no Antigo Regime - Absolutismo – fase em que o capitalismo era comercial). O capitalismo teve várias caras, e a mesma moeda – gera desigualdade social.

Segundo Marx, são as relações de produção escravistas que colocam um ser humano em uma posição social de subjugação, de trabalho forçado, de exploração econômica, de opressão e violência material e simbólica, e que as representações desenvolvidas nas formas de consciência social embasada nessa situação de opressão resultaram numa ideologia racista que caminhou até os dias atuais. De acordo, ainda, com o marxismo, são nas práticas sociais, fundamentalmente enraizadas no tempo e no espaço, que se formam as ideologias e as expressões simbólicas em geral. Em outras palavras, isso significa dizer que “ durante a vida as experiências por nós vividas formam o que podemos chamar de conceitos culturais [...] a atitude e as ações de indivíduos não tem-se somente em uma única experiência, mas em muitas expiações “ [...]

É lamentável vivermos numa sociedade capitalista que dá privilégios a poucos e marginaliza muitos, onde a exclusão social impossibilita o acesso à direitos sociais básicos, que consequentemente, leva os excludentes à condição de subcidadãos, sem acesso às mínimas condições de sobrevivência, impossibilitando-os à uma vida digna: com direito à comida, trabalho com renda justa, escola, saúde, saneamento básico, acesso à cultura e, principalmente, educação. É lamentável vivermos numa sociedade capitalista que fecha os olhos às desigualdade e injustiças sociais, gerando instabilidade social. É lamentável vivermos numa sociedade capitalista que agride o meio ambiente em favor de tal sistema, esquecendo que a natureza tem suas próprias leis e rege de acordo com a ação dos homens – lei de causa e efeito. [...] “A Terra tem a capacidade da metamorfose e poderá destruir quem tenta destruí-la, para continuar em sua órbita perene”.

É lamentável vivermos numa sociedade dita capitalista onde a economia depende da economia de países dominantes e que é sabido que a economia desses mesmos países chegou à prosperidade graças à países pobres e dependentes, feito o Brasil, resultando na expansão da sociedade de consumo que só serve para enriquecer cada vez mais as referentes potências “neo imperialistas”.

É lamentável vivermos numa sociedade capitalista onde a concentração de renda gerada pelo próprio capitalismo só favorece os países desenvolvidos, aumentando o abismo entre pobres e ricos no mundo todo.

É lamentável vivermos numa sociedade capitalista que foi a única responsável pelo preconceito e racismo existente até os dias de hoje.

Definitivamente, é lamentável , um número significativo de pessoas, acharem tudo isso normal e não olhar em volta e perceber que fazemos parte de uma mesma sociedade, sem distinção de raças, sendo a raça humana a única que nos definiria como homens iguais e que jamais poderia ser separada por ideologias que segregam os homens de uma mesma raça – raça humana.



Texto inspirado em Metamorfose (Hernandez Aparecido Donizetti)


METAMORFOSE

- REFLEXÕES -

Aparecido Donizetti Hernandez



Durante a nossa existência as experiências por nós vividas formam o que podemos chamar de conceitos culturais, onde a formação de nosso caráter humano é o conjunto do que vivenciamos e os exemplos que temos; em especial, de nossos familiares e amigos que temos como referência.



A máxima sempre dita “Dizes com quem andas que direis que és”, não se aplica à formação de caráter e de atos do ser humano; (Lembrem-se Judas andava com Cristo e Pedro também - o primeiro o traiu e o segundo, o renegou) porque a atitude e as ações de indivíduos não se têm somente em uma única experiência, mas em muitas expiações.



Conheci pessoas que apesar de uma educação tanto de bons exemplos familiares, quanto em uma relação sócio cultural de “alto nível” ter a maldade e a mesquinhez como prática cotidiana, reforçada ainda por todo tipo de pré-conceitos, e conheci pessoas que apesar de uma origem simples sem muita educação formal e pouco acesso à informações, a não ser de seu pequeno e localizado mundo, com uma bondade e altivez, e uma profunda visão humana, de respeito à diversidade, que com toda certeza surpreenderia qualquer estudioso e antropólogo.



O ser humano não tem a capacidade da metamorfose, mas tem a capacidade com seu livre arbítrio de construir e seguir novos e melhores caminhos. Temos que nos indignar com as maldades, a maldade que destrói outros seres humanos, a própria Terra e a ambição, no sentido de ganância que, também vem destruindo nosso planeta e outros seres humanos, deixando marcas de destruição.



A Terra tem a capacidade da metamorfose e poderá destruir quem tenta destruí-la, para continuar em sua órbita perene.


Autora - Lilian Regina Andrade - professora de histórias - Pinhalão - PR

autorizado a reprodução desque citada fonte






























































20 setembro 2011

GOVERNOS MILITARES



- HISTÓRIA DO BRASIL -

GOVERNOS MILITARES






MARECHAL CASTELO BRANCO



O Supremo Comando Revolucionário, que assumiu o poder em 1964, decretou através do ato Institucional nº 1 a escolha de um novo presidente para o Congresso Nacional, que deveria governar até 31 de janeiro de 1966. O escolhido, marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, chefe do Estado-Maior do Exército, teve seu mandato prorrogado até 15 de março de 1967. O Ato Institucional nº 1 permitia também a suspensão dos direitos políticos de qualquer cidadão durante dez anos e a cassação de mandatos parlamentares.



Castelo Branco pregava o respeito à Constituição de 19646. No entanto, durante o seu governo, foram criados vários instrumentos de controle, como o Serviço Nacional de Informações (SNI) -- órgão de inteligência ligado às Forças Armadas -- e uma lei de greve que, na prática, impedia a realização de greves de qualquer natureza. Outros atos institucionais estabeleceram eleições indiretas para o governo estadual, que por seu turno nomeava os prefeitos das capitais. Milhares de pessoas ligadas ao governo deposto foram punidas, centenas de sindicatos sofreram intervenções. Todos os partidos políticos existentes foram extintos; em seu lugar, o governo criou dois partidos: a Aliança Renovadora Nacional (Arena), que reunia os partidários do novo regime; e o Movimento Democrático Brasileiro (MBD), única oposição permitida pelos militares, que pretendiam dessa forma manter as "aparências parlamentares" do movimento de 64.



Em fins de 1966 o Congresso Nacional foi fechado e, no inicio do ano seguinte, foi convocado para aprovar uma nova Constituição, promulgada em 24 de janeiro de 1967. As medidas econômicas adotadas no governo de Castelo Branco tinham por objetivo combater a inflação e favorecer a retomada dos investimentos. Nesse sentido, o novo governo:

assassinados pela ditadura

 


* revogou a Lei de Remessa de Lucros proposta por João Goulart, beneficiando o capital estrangeiro investido no Brasil (novos empréstimos foram negociados com o FMI);



* estabeleceu o controle sobre os salários;


* instituiu a correção monetária, operação destinada a atualizar o poder aquisitivo da moeda, segundo índices determinados pelo governo;



* criou o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), em substituição ao antigo sistema de estabilidade e de indenização dos trabalhadores demitidos;



* fundou o Banco Nacional de Habitação (BNH) que, obtendo os recursos do FGTS, deveria financiar a construção de casas populares;

Capitão Carlos Lamarca

* criou o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária e o Estatuto da Terra.



Apesar de não atingir as metas propostas, as medidas de Castelo Branco criaram condições para o crescimento econômico que ocorreu posteriormente.





GENERAL COSTA E SILVA


Em 3 de outubro de 1966, foi eleito presidente pelo Congresso Nacional o general Artur da Costa e Silva, ministro do Exército no governo Castelo Branco.

Costa e Silva governou de 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969. Os dois primeiros anos de seu governo presenciaram várias manifestações de protesto contra o regime militar, contra o cerceamento das liberdades e contra o arrocho salarial. A UNE (União Nacional dos Estudantes), apesar de extinta, promoveu várias passeatas em todo o país. Aos estudantes se juntaram alguns representantes da classe política, do meio artístico, da Igreja e das classes trabalhadoras. A maior manifestação de protesto -- a Passeata dos Cem Mil -- ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, em 25 de julho de 1968.



Ao mesmo tempo o movimento sindical procurava se organizar, apesar das intervenções federais. Em abril de 1968, os operários de Contagem (Minas Gerais) entraram em greve. Em novembro do mesmo ano, foi a vez dos metalúrgicos de Osasco (São Paulo). O resultado desses movimentos grevistas foi um maior controle do Estado sobre os salários e os sindicatos. Alguns grupos políticos, descontentes com os rumos que tomava o movimento militar, organizaram em 1967 a Frente Ampla de oposição ao governo Costa e Silva. Faziam parte da Frente o governador de Minas Gerais (Magalhães Pinto) e o governador do estado da Guanabara (Carlos Lacerda), apoiados pelos ex-presidentes Juscelino Kubistchek e João Goulart. A Frente Ampla foi proibida de organizar ou se manifestar em abril de 1967.



Tudo indicava que o poder militar se prolongaria por muito tempo, apesar de os "revolucionários" de 1964 terem se apresentado como uma solução provisória, cuja função seria reorganizar o país. Mas o "fechamento" do sistema político prosseguia e se aprofundava, como veremos, com o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que depois foi incluído na Constituição, novamente reformulada em 1969.



O pretexto para a elaboração do AI-5 foi um discurso pronunciado no Congresso Nacional pelo deputado Márcio Moreira Alves, que convocava a população a não participar das festividades do dia 7 de setembro daquele ano (1968). Os militares quiseram punir o deputado, mas foram impedidos pelo Congresso, que manteve a imunidade parlamentar de Moreira Alves. No dia 13 de dezembro de 1968 o presidente assinava o AI-5. O Congresso Nacional foi fechado novamente. Numerosas pessoas, sobretudo políticos, foram atingidas pelo ato institucional.



No governo Costa e Silva, o sistema de ensino sofreu algumas modificações. Foi criado o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral), destinado à alfabetização de adultos, e foi regulamentada a reforma universitária, pela Lei nº 5 540, de 28 de novembro de 1968. O antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) foi extinto e foi criada a Fundação Nacional do Índio (Funai), em 5 de dezembro de 1967.



Em fins de agosto de 1969, o presidente Costa e Silva adoeceu gravemente, ficando impossibilitado de exercer suas funções. A Constituição previa a transferência do poder para o vice-presidente, Pedro Aleixo. No entanto, desobedecendo à lei, assumiu o governo uma junta composta pelos ministros militares; Augusto de Hamann Kademaker Grünewald (Marinha), Aurélio de Lira Tavares (Exército) e Márcio de Souza e Melo (Aeronáutica).

Durante o governo dos ministros militares foi promulgada a Emenda Constitucional nº 1, de 17 de outubro de 1969, que introduziu muitas modificações na Constituição de 67. Ainda em outubro, o Congresso Nacional foi convocado para eleger o novo presidente, general Emílio Garrastazu Médici, que assumiu o poder no dia 30 daquele mês.





GENERAL MÉDICI




O general Emílio Garrastazu Médici governou até 15 de março de 1974. Do ponto de vista político, foram os anos mais duros do governo militar, com o silenciamento total das oposições.



Qualquer manifestação contrária ao governo era considerada perigosa; muitos cidadãos foram perseguidos, presos ou banidos do país por motivos políticos. Centenas de brasileiros sofreram maus-tratos nas prisões, outros morreram ou desapareceram, em circunstâncias não explicadas, quando se encontravam sob a guarda das autoridades para responder a interrogatórios. Os grupos de esquerda, que agiam na clandestinidade, foram desbaratados.



Depois do AI-5 não havia mais qualquer possibilidade de oposição legal ao governo. Nessa época, alguns grupos de esquerda decidiram iniciar uma luta armada contra o regime militar, num movimento que ficou conhecido como guerrilha urbana. Fizeram parte desses movimentos, principalmente, estudantes, intelectuais e alguns militares.



Inspirados nas revoluções socialistas ocorridas na China, em Cuba e no Vietnã, a esquerda armada esperava contar com o apoio da população para derrotar o regime militar. Organizaram-se ações espetaculares nas principais cidades do Brasil, como assaltos a bancos para conseguir recursos financeiros, seqüestros de embaixadores para serem trocados por presos políticos, atentados contra autoridades e empresários. Nos anos 70, movimentos de guerrilha ocorreram na região do rio Araguaia e no vale do rio Ribeira (Estado de São Paulo). A guerrilha do Araguaia durou muitos anos, mas a nação não tomou conhecimento de sua existência devido à censura imposta aos meios de comunicação.



Os principais grupos armados que atuaram entre 1968 e meados dos anos 70 foram: Aliança Libertadora Nacional (ALN), Movimento Revolucionário 8 de outubro (MR-8), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Vanguarda Armada Revolucionária (VAR-Palmares) e outros.

No governo Médici, a economia brasileira teve um grande crescimento. Foram os anos do "milagre econômico", marcados pelo aumento das exportações agrícolas e pela expansão da indústria. O governo investiu em grandes projetos (construção de estradas e hidrelétricas) e estimulou a exploração econômica da Amazônia e da Região Centro-Oeste. A expansão da oferta de empregos e a prosperidade beneficiaram principalmente a classe média. Campanhas oficiais incentivavam o ufanismo utilizando slogans: Ninguém mais segura este país ou Brasil, ame-o ou deixe-o. No entanto a euforia durou pouco. A partir de 1974, o ritmo de crescimento da economia brasileira começou a diminuir, retirando uma base de apoio importante do regime militar e abrindo o caminho para a crise.





GENERAL ERNESTO GEISEL



O governo Geisel estendeu-se de 15 de março de 1974 até 15 de março de 1979.

http://www.brasilcultura.com.br/sociologia/chacina-da-lapa-para-nao-mais-esquecer/



O modelo econômico desenvolvido pelo regime militar já apresentava sinais de esgotamento -- aumento da dívida externa, inflação, baixos salários. Mesmo assim, o governo tentou manter a expansão econômica e os grandes projetos: construção da hidrelétrica de Itaipu, lançamento do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), assinatura do acordo para a construção de usinas nucleares no Brasil.



Assim que tomou posse, o presidente Geisel anunciou sua intenção de promover a "abertura" do sistema político. "Distensão" e "abertura" eram termos usados para indicar transformações que levariam o país à redemocratização, que, nas palavras do presidente, deveria ser "lenta, segura e gradual", ou seja, submetida ao seu controle. Durante o governo Geisel cresceu muito a oposição ao regime militar. A sociedade expressou seu descontentamento de várias formas:



* Nas eleições legislativas de 1974 e 1978, o MDB obteve vitórias expressivas, apesar das limitações impostas pelas regras eleitorais da época.



* A sociedade civil se organizava, na defesa dos direitos humanos (principalmente dos presos políticos), na campanha pela anistia, no movimento contra o custo de vida. Várias entidades se destacaram nas campanhas por mais liberdade e justiça. Entre elas: a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Igreja.



* O movimento estudantil voltava às ruas, promovendo assembléias e passeatas. Os estudantes não limitaram suas reivindicações à área educacional. Foram solidários com as lideranças operárias na luta contra o regime militar.



Enquanto isso, alguns sindicatos se reorganizavam e ganhavam força. Em 1978, os operários da fábrica SAAB-Scania, em São Bernado do Campo, entraram em greve a partir do dia 12 de maio. O movimento se estendeu a outras cidades do Estado de São Paulo e teve repercussão em todo o país, pois era a primeira vez desde 1968, que uma greve de tal proporção ocorria.





GENERAL FIGUEIREDO



O general João Baptista Figueiredo assumiu a Presidência em 15 de março de 1979. Logo no início de seu governo, enfrentou os resultados do fim do "milagre econômico". A taxa de crescimento do PIB caiu rapidamente, chegando a -4% em 1983. A crise econômica significava também o desemprego e a queda do poder aquisitivo dos salários, comprometidos pela inflação.



De 1979 a 1981, ocorreram movimentos grevistas em todo o país, envolvendo milhares de trabalhadores de várias categorias, que reivindicavam melhores salários. O governo federal reprimiu esses movimentos, intervindo em sindicatos, destituindo suas diretorias e prendendo seus integrantes. Em agosto de 1981, as lideranças sindicais se reuniram na primeira Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras (Conclat), na tentativa de organizar o movimento sindical em âmbito nacional. Dois anos mais tarde foi criado a CUT (Central Única dos Trabalhadores), que, apesar de no início não ser reconhecida oficialmente, representava uma grande parcela dos trabalhadores brasileiros.



A recessão econômica aprofundava a insatisfação popular com relação ao sistema político. O presidente Figueiredo deu prosseguimento à política de "abertura" e deixou as claras suas intenções logo no início do seu governo, declarando "Juro que farei deste país uma democracia". No seu governo foram dados os passos importantes nessa direção, mas sempre sob o controle do poder central.



Em agosto de 1979 foi assinada a Lei da Anistia, suspendendo as penalidades impostas aos opositores do regime militar. Assim, foram libertados os últimos presos políticos e os exilados puderam voltar ao Brasil. Ampla e irrestrita, a Lei da Anistia garantiu, por outro lado, o esquecimento dos crimes cometidos contra as oposições nos anos anteriores. Ainda em 1979, dando continuidade ao processo de "abertura" política, o governo extinguiu o bipartidarismo. No lugar da Arena e do MDB, organizaram-se cinco partidos:


* Partido Democrático Social (PDS), reunindo a maioria dos integrantes da antiga Arena;



* Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), sucessor do MDB; o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que reivindicava a herança do trabalhismo de Getúlio Vargas juntamente com o Partido Democrático Trabalhista (PDT);



* Partido dos Trabalhadores (PT), de tendência socialista, que reunia os setores ligados ao movimento sindical que se reorganizava desde 1978.



Um sexto partido, o Partido Popular, formado por dissidentes da Arena, teve curta duração e integrou-se ao PMDB.





Fontes: Brasil Escola (www.brasilescola.com) e Base de Dados do Portal Brasil.

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18 setembro 2011

A SOMBRA DE UM DITADOR

A sombra de um ditador



A atuação de Getúlio Vargas no cenário político do Brasil é condicionada por fatores tão complexos e contraditórios, em todos os sentidos, que é difícil descrevê-la através de síntese. Ditador num período de profundas crises internacionais e nacionais, Vargas projetava descaradamente as imagens mais diversas e que, muitas vezes, acabavam se desmentindo pela própria contradição de seus atos. Era, sem dúvida, o político oportunista, do qual se tornou perito, capaz de todas as combinações e manobras, à fim de manter-se no poder.

A ambição de poder de Vargas, foi sem dúvida, num primeiro momento, um dado específico, mas havia outros, mais complexos e amplos: o governo de Getúlio iniciou-se sob a depressão mundial, com a crise de 29, que resultou numa convergência de fatores tanto externos quanto internos que acabaram por reforçar seu poder, conduzindo-o, em 1937, à implantação de um regime que abusou mais do que qualquer outro.

Vargas, simpatizante dos regimes fascistas, lembrando que todo fascista que se preze adota ideologias voltadas para o totalitarismo, acabou caindo em contradição (ou seria oportunismo?) ao fazer acordos econômicos com democracias liberais. No entanto, o ditador de posição implacável, que impôs uma autoritária Constituição ao Brasil, cujo modelo inspirava no regime fascista, declarou guerra à Alemanha de Hitler e à Itália de Mussolini, combatendo na Europa o espelho que refletia a sua própria imagem.

Getúlio Vargas, inimigo histórico do comunismo, reprimindo as tentativas revolucionárias e encarcerando líderes. Inimigo histórico de Luiz Carlos Prestes. Um desumano histórico perante a atitude tomada em relação à Olga Benário, pois suas convicções políticas embasadas num regime ditatorial fascista e seu oportunismo foram além de seu lado humano. Entretanto, na fase de liquidação do Estado Novo e em condições extremamente difíceis, aliou-se a Luiz Carlos Prestes, tentando aproveitar-se também da palavra de ordem comunista, achou oportuno a frase: “Constituinte com Getúlio”.



Mais uma vez surge o oportunismo de um ditador; porém, agora aliado à um comunista, pelo qual concedeu anistia política – comunista este que tendo consciência do controle varguista à classe trabalhadora, também se alia ao mesmo, aproveitando o momento favorável às tentativas de mudanças internas e se elege Senador da República, superando nas urnas o próprio Vargas – fato inédito na história política do Brasil. No entanto, Prestes, ainda que Senador, fica com as mãos atadas, percebendo mais tarde que a classe detentora do poder na época, era a classe burguesa – terreno preparado por Vargas, pois ainda que adotando ideologias fascistas de governo, Vargas havia governado segundo os interesses dessa classe (classe burguesa), redimensionando a questão do trabalho e do capitalismo numa ordem capitalista internacional.

A vida partidária renascia, onde a reabertura política caminhou para a democracia. Mas que democracia foi essa controlada por Getúlio? Vargas continuava manipulando à fim de permanecer no poder, criando duas forças partidárias com faces opostas, mas direcionadas ambas à si mesmo: de um lado, o Partido Social Democrata (PSD), era composto de elementos da alta administração estatal e de grandes proprietários e financistas que se beneficiaram com o Estado Novo; de outro o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), com o qual pretendia obter apoio das classes trabalhadoras, que se beneficiaram com as leis trabalhistas. O próprio PTB, criado pelo regime do Estado Novo e idealizado por Getúlio, tinha a finalidade de servir de anteparo entre os trabalhadores e o Partido Comunista, agora na legalidade.



Getúlio era especialista e fazia um jogo político contraditório, tão contraditório que ao mesmo tempo que apoiava formalmente o general Eurico Gaspar Dutra; às escondidas, estimulava um movimento popular que pedia sua permanência no poder: o queremismo – “Queremos Getúlio”.

Identificado com a criação das leis trabalhistas no Brasil e concedendo “vantagens” aos trabalhadores Getúlio passa a ser denominado “pai dos pobres”. Pura verdade histórica, pois realmente Vargas foi o “pai dos pobres”; porém, a mãe dos ricos. No entanto, os fatos demonstram que Getúlio mais absorvia as pressões do que se submetia a elas, revelando não só grande capacidade de sobrevivência política, mas também enorme cuidado em preservar a sua identidade, procurando se equilibrar diante às constantes oscilações das facções da época. Até que ponto Vargas foi sincero nas suas diversas posições, especialmente na defesa dos trabalhadores? O trabalhismo getulista era certamente de inspiração fascista e totalitária: um trabalhismo estatal, estruturado do topo para a base, e que fatalmente levaria, como de fato levou, ao chamado “controle getulista da classe trabalhadora”, onde a utilização dos sindicatos não era em beneficio dos sindicalizados, mas estes serviam como massa de manobra política dos detentores do poder.



Getúlio Vargas não passou de mediador entre trabalhadores e padrões visando seu próprio interesse: manter-se no poder. Ainda que de certa forma iludidos e manipulados, os trabalhadores viam em Vargas um protetor e os empresários uma garantia de ordem pública e estabilidade social e econômica.

O Estado Novo de Vargas foi um desastre nacional; ao mesmo tempo, era evidenciado pelo atraso de um amadurecimento político através do estrangulamento da democracia; também acabou por atingir negativamente não apenas os homens em condições de atuar naquela época, como comprometeu a formação das gerações futuras.

Os abusos de poder de Vargas, pelo qual se erguera, repercutiu em sua própria queda, pois a ambição de poder do ditador encontrava-se enraizada nas tensões internas e na conjuntura internacional. A disciplina do Estado Novo imposta de cima para baixo, através da força, da paralização política, da repressão, da censura, da propaganda maciça resultou-lhe numa ditadura fincada em areias movediças. Se o Império Romano, que era inabalável, caiu, porque haveria de durar o Estado Novo de Vargas para todo o sempre?



Vargas volta ao poder. Seria o caso de pensarmos num novo homem? Ou numa velha estratégia política, porém agora condicionada pelas circunstâncias do período, retomando ligações mais íntimas com as massas urbanas, tendo a consciência de que essa “nova” personagem era imprescindível para um novo acomodamento de poder? Seria o caso de pensarmos que Vargas procurou apagar a imagem de ditador e construir em seu lugar, a figura de um estadista democrata? Seria o caso de pensarmos que realmente estava sendo sincero e que seu objetivo era a construção de uma “verdadeira democracia social e econômica”? Ou era a sua fórmula para impedir a revolução social?

Quem ainda é ingênuo para cair nas graças das atitudes populistas e do sorriso paternal de Vargas?

O político oportunista prefere matar-se a ser deposto em circunstâncias tão humilhantes.



É impossível avaliar Vargas por um critério único. Sendo que a queda do Estado Novo marcou o fim de um período, mas não o término da Era Vargas, onde o populismo varguista retorna triunfalmente em 1950, porém não de forma ditatorial, e mesmo que legitimado pelo voto popular, não deixa de ser manipulado. Seja como for, com a chegada de Getúlio ao poder, começa o Brasil uma nova fase histórica. Getúlio foi assim, um divisor de águas, sendo perfeitamente legítimo falar-se da história nacional antes e depois de Vargas. Apoiando-se sucessivamente nas mais variadas facções, no cenário político e social brasileiro; dividindo para melhor reinar; preferindo atrair os adversários para sua órbita, Vargas permaneceu sempre fiel a si mesmo, sobretudo ao seu instinto de sobrevivência política. “Getúlio deixou um rastro de polêmica e controvérsia sobre sua pessoa. Alguns o amavam freneticamente, outros o odiavam com estupendo rancor. Uns apontavam em Vargas o ditador implacável, o demagogo sem escrúpulos. Outros viam nele o político com sensibilidade social em relação aos trabalhadores, o governante nacionalista.” Impossível mesmo era ficar indiferente diante dessa personagem tão desconcertante.



A sombra de um ditador

Mancha no tempo



Apesar de tudo nunca será Vargas, como Lopes, Francia ou Rosas,
Não tem vértebras, apenas forma humana.
Será o Getúlio, o Gegê, o Rebeco, como o Maneco ou o Quincas.
A História só recolhe os que deram ao nome
a força do ser, positiva ou negativa.
Não foi. Faltou-lhe convicção para ser, coragem para marcar,
caráter para impor,
O gesto que identifica o herói, no altruísmo ou no crime.
Nem soube matar. Houve apenas crimes, nunca heroísmo.
A mulher grávida foi entregue à Gestapo
O idealista pôs sangue pela boca, nove anos sem sol,
O professor de Leningrado pensa que é flor no pátio do presídio,
A mocidade caiu nas praças à traição, os operários levaram de volta
A tuberculose para as crianças;
Outras crianças receberam bandeiras, outros operários receberam cartazes;
O estádio se encheu de coros e acenos comandados,
A professora de História do Brasil foi demitida.
1 bilhão de Cruzeiros para os coros e as bandeiras
E os retratos nas paredes, e a invasão dos sindicatos,
E os cânticos rastejantes. O escritor estrangeiro de 2ª classe
- fabricante de gazuas para a História –
Apresentou a biografia e o vale de 500 mil cruzeiros.
Apesar da prestidigitação, ficará do lado de fora.
Fabricou-se um espelho encantado: “quem é o maior homem do mundo?”
“e o maior estadista? e o nosso chefe? e o guia da nacionalidade?”
“e o salvador nacional? e o financista? e o país dos pobres?”
“e a mãe dos ricos? e o irmão dos médicos? e o cunhado de Hitler?”
“e o filho de Mussolini? e o amigo de Roosevelt? e o irmão de Churchil?”
“e o inigualável, o inefável, o simpático, o formidável?”
“e o rei dos reis? e o rei dos cabritos? e o porco que ri? e o pai de todos?”
“e o espelho respondendo: é ele, é ele, é ele” “Heil”, “Heil”, “Heil!”
Não havia tuberculose, nem impaludismo, nem raquitismo, nem sífilis
Nem crianças mortas, nem fome, nem ditadura,
Exportávamos trigo, fabricávamos aviões, cantávamos Democracia.
Não havia pobreza: produzíamos milionários,
Milionários em massa, processo do Estado Novo.
Brasil! – O locutor ventríloco manda tocar o Hino Nacional,
Depois se envergonha: venha o Guarany de Carlos Gomes.
Nunca será substantivo próprio, ficará adjetivo.
E será o crime, o juiz absolverá: houve ofensa, foi chamado de “getúlio”.
A História dirá um dia: no tempo de Eduardo Gomes
Houve um tiranete. Foi esmagado como um verme
A pisada dos homens livres apagou seu rastro.



J. G. de Araújo Jorge







Lilian R. de Andrade Pós graduada em História. Atualmente leciona no Colégio Estadual Leonardo Francisco Nogueira - EMNT e Escola Estadual Castro Alves - EF
Postado no fórum da comunidade Orkut: Luiz Calos Prestes – Lilian em 03/04/09 -http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=120496&tid=5320194745844507404&kw=a+sobra+de+um+ditador